Hoje resolvi falar sobre um assunto bem delicado que tem afetado à milhares de familias, inclusive a minha! O câncer, seja ele onde e qual tipo for. Se você perdeu um ente por causa desta doença, ou se ele conseguiu após muita luta vencer. É bom ler!
Vou abordar e contar a experiência (triste, por dizer) que tive. Perdi meu pai, que sempre foi meu melhor amigo e companheiro, por conta desta terrível doença. Ele teve câncer no estomâgo, que se espalhou.
Sobre o câncer no estomâgo (Câncer gástrico):
Ocorre geralmente em pessoas com mais de 40 anos, que possuem histórico famíliar ou que sofreram com uma determinada bactéria que provoca ulcera estomacal, dentre outras decorrências. Ele está ligado e pode afetar diversas outras partes, além do estomâgo, como: Esôfago, intestinos grosso e delgado, figado, pâncreas, e demais. É difícil e tardio seu diagnóstico, por seus sintomas serem fácilmente confundidos ou comuns, levando com que a pessoa não se preocupe. Sintomas: Perda de apetite, nauseas e vômitos, declinio geral na saúde, fraqueza ou cansaço, perda de peso e mais alguns. A gastrectomia é o único processo curativo, após o paciente realiza radioterapia e quimioterapia. Caso não possa ser feita a cirurgia, o único processo é realizar a radioterapia e quimioterapia para diminuir os sintomas e aumentar o tempo de sobrevivência, a chamada sobrevida.
Minha experiência e como lidar com a perda?
Meu pai descobriu este câncer logo após meus 15 anos. Ele teve problemas de saúde, coisa que era incomum à ele, teve pedra nos rins, o qual se tratou e as retirou. Após isto, passado algum tempo, meu pai trabalhava na madrugada, de eletricista geral, na Ceee. Ele passou mal antes de sair de casa, porém, não se importou e foi trabalhar. Às 7h da manhã recebemos uma ligação que mudou nossa vida. Meu pai havia internado no hospital, às 4h da manhã em seus últimos segundos de vida, e o médico achava importante irmos nos despedir dele. E aí começou tudo! O câncer do meu pai foi descoberto muito tarde, quando ele havia rompido o esôfago e o suco gástrico se espalhado pelo seus órgãos, corroendo alguns destes. Nos deram dias ou ate um mês de sobrevida ao meu pai, o que nos entristeceu muito. E começaram os tratamentos. Meu pai passou por muitas cirurgias, ao todo foram mais de 10, com toda certeza. Abriu todo abdômen, retirou 80% do estômago, passou a agir como um bebê, delirava em febre, vomitava muito e ás vezes com sangue, mal caminhava ou tinha forças para respirar, usou bolsa de colostomia (Quando ''costuram'' o fim do intestino, onde se dá o ânus, e passam para a região da barriga acima da virilha, e a pessoa passa a defecar em uma espécie de bolsa de plástico). Todo dia era uma vitória, pois não sabíamos se no outro dia ele estaria ali conosco. Meu pai sobrevivia com metade do corpo aberto, exposto; isso me doía muito. Ele morou no hospital! 2 anos e pouco depois, melhorou bastante para que os médicos nos dissessem que ele havia se curado. Foi para casa e lá (Não quero imaginar) minha irmã foi concebida Hehe. Passou quase 8 meses em casa, tinha voltado a trabalhar e tudo, mas o câncer voltou, e ele voltou para o hospital. Sua piora foi frequente, um pouco depois descobrimos a gravidez de minha mãe, e nosso mundo ganhou uma alegria e dois medos. O bebê era nossa alegria, mas os nossos medos eram terríveis. E se meu pai não conhecer? E se a radioterapia, quimioterapia e diversos tratamentos prejudicarem o bebê? Porque muitos médicos falaram para minha mãe não prosseguir com a gravidez, pois ou o bebê nasceria morto ou com sérios problemas. Levamos à diante. Meu pai ainda chegou a voltar para casa, mas o câncer havia tomado todo seus órgãos, pneumonia e infecções eram rotina. E depois de um Natal lindo e maravilhoso, de quase 4 anos de tratamento e luta, meu pai faleceu no dia 29/12/2010. E meu mundo desmoronou. Minha família ruiu. Meu coração foi pro caixão com ele. Mas ele nos deixou um anjo, que nasceu perfeitamente, prematura mas cheia de saúde, sem precisar de encubadora e nem nada. No dia 20/02/2011, nascia a nossa princesa, tão sonhada pelo meu pai. Aquela me nos fez voltar a enxergar a vida. Que trouxe consigo a luz e o amor que precisávamos e tanto sentíamos falta. Entãol, já sabem como aprendi a lidar. A dor nunca passará e eu jamais o esquecerei, o tempo só ameniza e me envia forças para eu cuidar do presente que ele nos deixou.
Esta é minha experiência, compartilhem a de vocês!